Evitar a proliferação do mosquito transmissor é a principal forma de prevenção; uso de repelente é recomendado por profissionais da saúde
A escalada dos casos de Dengue no Brasil coloca a população em alerta, principalmente pessoas que fazem parte do grupo de imunossuprimidos, como pacientes em tratamento contra o câncer. Em Mato Grosso, mais de 4,1 mil casos prováveis da doença foram registrados até o dia 14 de fevereiro, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Em função do crescente número, um plano de controle para enfrentamento da dengue foi elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). Entre as orientações reforçadas pelo documento está o empenho conjunto para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença.
Marcada por sintomas como febre alta e persistente, dor de cabeça ou atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, a dengue pode evoluir para um quadro mais grave, hemorrágico. “Neste período em que vemos a elevação no número de casos, a atenção deve ser redobrada. No contexto da Oncologia, sobretudo no que se refere a pacientes com tumores hematológicos, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo, a evolução para o quadro hemorrágico pode agravar o estado clínico – o que é preocupante”, explica a oncologista clínica da Oncomed-MT, Cristina Guimarães Inocêncio. Ela ressalta que, ao verificar a ocorrência de sintomas da dengue, é fundamental que o paciente oncológico procure atendimento médico.
Vacina – Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a vacina contra dengue é contraindicada para pacientes oncológico que estejam em tratamento com quimioterapia. Recém incorporada ao calendário nacional de imunização, a vacina pode gerar respostas imunológicas inadequadas.
Cuidados essenciais – A principal forma de prevenção da doença é evitar proliferação do mosquito. Entre as ações recomendadas pelo Ministério da Saúde estão a remoção de recipientes que possam se transformar em criadouros de larvas, vedação dos reservatórios e caixas de água e desobstrução de calhas, lajes e ralos.
Repelente – A proteção também deve ser feita por meio da utilização de repelentes, preferencialmente com a composição de 20% ou mais de icaridina – princípio ativo mais indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e presente em quase todos os repelentes do mercado. “Junto a utilização do repelente, recomendamos também o uso diário de hidratante. Durante o tratamento oncológico, a pele tende a ficar mais sensível e a rotina de hidratação pode evitar irritações provocadas pelo próprio repelente.” A médica acrescenta ainda que o repelente deve ser aplicado sobre o protetor solar.