Aparência atraente e inofensiva esconde perigos iminentes, como a dependência química e iniciação ao tabagismo, a principal causa de morte evitável no mundo
Os cigarros eletrônicos, com suas cores, formas e sabores variados, estão cada vez mais populares entre os jovens. Atualmente, cerca de 3 milhões de brasileiros usam esses dispositivos, de acordo com a Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). No entanto, a aparência inofensiva dos vapes e narguilés esconde sérios riscos à saúde, devido às altas doses de nicotina e substâncias citotóxicas que, além de causarem dependência, aumentam significativamente o risco de desenvolvimento de tumores.
A nicotina afeta diretamente o sistema nervoso central, estimulando a produção exagerada de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer. Um estudo recente do Instituto Nacional de Câncer (INCA) constatou que o uso de cigarros eletrônicos aumenta em mais de três vezes o risco de iniciação ao tabagismo.
O uso do tabaco, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma das principais causas evitáveis de morte no mundo, associado a diversas doenças cardiorrespiratórias e dezoito tipos de cânceres, incluindo pulmão, boca e esôfago. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia devido ao tabagismo (INCA).
Além disso, as substâncias presentes no tabaco combinado com o Papilomavírus Humano (HPV) potencializam o risco de câncer de cabeça e pescoço. Eduardo Dicke, oncologista clínico da Oncomed-MT, explica: “Estudos indicam que células da boca com proteínas do HPV, quando expostas à fumaça de cigarro, mostram maior atividade de enzimas ligadas à progressão de tumores e danos ao DNA. O consumo de cigarro eletrônico também aumenta tanto a probabilidade de contágio do HPV como a de alterações nas células, que quando não tratadas podem evoluir para lesões precursoras do câncer de cavidade oral. Essa interação contribui para a evolução da doença.”
Dependência – O vício em nicotina, muitas vezes subestimado, não é apenas uma questão de escolha, mas uma compulsão que pode ser extremamente difícil de superar. Requer uma abordagem médica multidisciplinar e o apoio da família. É aconselhável avaliação da pneumologia e tratamento psiquiátrico que habitualmente combina psicoterapia e medicamentos, como adesivos de nicotina e antidepressivos para diminuir a ansiedade. O primeiro passo é decidir parar de fumar, com o acompanhamento especializado as taxas de sucesso aumentam.
“Uma boa estratégia é substituir os precursores de dopamina no cérebro, trocando um prazer prejudicial por um saudável,” sugere o oncologista. “Adotar uma rotina de exercícios, como caminhada e corrida, é eficaz, pois essas atividades liberam quantidades elevadas de dopamina e serotonina, os hormônios da felicidade.”
Tempo de Mudança – O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre os malefícios do tabagismo. Abandonar o cigarro, em suas variadas formas, é crucial para todos, especialmente, para pacientes diagnosticados com câncer. “Parar de fumar logo ao receber o diagnóstico melhora significativamente a resposta ao tratamento, reduz o risco de efeitos adversos e aumenta a taxa de sobrevivência,” reforça Dicke.
Apesar dos desafios da abstinência, melhoras significativas podem ser observadas rapidamente. A boa notícia é que após cinco anos, o risco de câncer de pulmão diminui em 50%. O importante é deixar de fumar o quanto antes e lembrar que para uma reabilitação bem-sucedida, os primeiros passos são essenciais na busca pela qualidade de vida.
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